Ex-núncio apostólico acusado de pedofilia é enterrado em Czorsztyn, no sul da Polônia
Foi enterrado neste sábado (5) em Czorsztyn, no sul da Polônia, o ex-núncio apostólico na República Dominicana Jozef Wesolowski, morto no último dia 27 de agosto enquanto cumpria prisão domiciliar no Vaticano.
O corpo do bispo de 66 anos foi sepultado na paróquia indicada pelo seu testamento, em um espaço doado pela igreja local, não no jazigo de sua família. Antes da cerimônia, presidida pelo bispo auxiliar de Cracóvia, Jan Szkodon, e da qual participaram centenas de fiéis, foram lidos trechos de cartas escritas por Wesolowski a parentes.
"Fui acusado de atos que não realizei e de contatos com homens que nunca conheci", dizia um deles. O ex-núncio era acusado de pedofilia durante o período em que foi representante diplomático da Santa Sé na República Dominicana, entre 2008 e 2013. Ele teria violentado adolescentes em Santo Domingo e arquivado material pornográfico infantil.
Em junho de 2014, Wesolowski já havia sido condenado pela Congregação para a Doutrina da Fé em primeira instância por abusos sexuais contra menores. A sentença canônica lhe rendeu a perda do seu estado clerical e o encaminhou para a Justiça vaticana. Seu processo deveria ter começado em 11 de julho, mas teve de ser adiado devido a problemas de saúde com o polonês.
"O meu maior erro foram os imprudentes passeios à beira-mar e os contatos com meninos de rua que estavam ligados ao tráfico de drogas e à prostituição. É verdade que tentei ajudar alguns deles, que os visitei na cadeia. Agora três deles me acusam de ter feito uma injustiça", afirma outro trecho das cartas do ex-núncio.