Grupo terrorista Estado Islâmico destrói mosteiro sírio de Mar Elian, construído há 1,5 anos
Os terroristas do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) destruíram mais um patrimônio histórico na Síria. Os militantes reduziram a pó o mosteiro de Mar Elian, construído há 1,5 mil anos, que fica na cidade de Al Quariatain.
No vídeo, na verdade uma sequência de fotos, é possível ver a profanação da igreja, seguida pela re-exumação dos restos de Santo Elian de Homs, morto pelos romanos em 285, e pela destruição de toda a estrutura. O santuário era dedicado ao santo, ficava no deserto sírio e era um dos centros católicos mais importantes do país.
O local era liderado pelo padre sírio-católico Jacques Murad, que foi sequestrado no mês de maio, provavelmente, pelo próprio EI. Esse convento é ligado ao monastério de Mar Musa, do jesuíta italiano Paolo Dall'Oglio, que também foi sequestrado em 29 de julho de 2013 enquanto visitava Raqqa. Até hoje, não há nenhuma informação sobre o paradeiro do religioso italiano.
No início desse mês, os jihadistas sequestraram, ao menos, 230 civis na cidade, considerada um ponto estratégico na estrada que leva até Palmira, que desde maio deste ano está nas mãos do EI, e que segue até a região montanhosa de Al Qalamun, que fica em Damasco na fronteira com o Líbano.
Destruição da história
O mosteiro de Mar Elian não é o primeiro monumento histórico destruído pelo Estado Islâmico. Com o discurso de derrubar tudo que não se encaixar na visão do islã que o grupo tem, eles já destruíram dois mausoléus em Palmira, também na Síria, e há o temor que destruam a cidade inteira – que foi erguida no século II e é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade.
No Iraque, onde os jihadistas têm forte presença, eles devastaram a cidade de Nimrud – que guardava obras com mais de três mil anos de história -, destruíram inúmeras obras milenares em Mosul e também devastaram Hatra, que foi fundada no século III a.C. e era Patrimônio da Humanidade.
Além de detonar obras de outras religiões e povos, o EI também destrói parte da história dos muçulmanos de outras vertentes. No ano passado, explodiram a mesquita de Al-Arbain, local de sepultamente de 40 figuras importantes do islã, e a Igreja Verde, um prédio escavado na rocha no século VII.
O grupo também é famoso por vender parte das obras que ficam nos locais históricos pela internet, como forma de financiar suas atividades.