PAOLA MARIA BOTTO FARHAN: Igreja sempre defendeu direitos das crianças
O Papa Bento XVI afirmou que a Igreja, desde sempre, defendeu os direitos e tratou com respeito e amor as crianças, e condenou mais uma vez os casos de abusos perpetrados por alguns dos seus membros.
O pontífice também recordou que a família unida é o “ambiente natural” de que as crianças precisam para crescer e, por isso, defender a estabilidade do casamento é a melhor maneira de ajudar os filhos.
Com estas reflexões, o Papa se dirigiu hoje aos membros e consultores do Conselho Pontifício para a Família, que realizam nestes dias sua Assembleia Plenária, dedicada aos direitos da infância, em comemoração do 20º aniversário da Convenção da ONU de 1989, sobre os Direitos da Criança.
“A Igreja, ao longo dos séculos, a exemplo de Cristo, tem promovido a proteção da dignidade e dos direitos das crianças e, de muitas maneiras, tomou conta delas”, afirmou, recordando “a ternura e o ensinamento de Jesus, que considerou as crianças como modelos a serem imitados para entrar no Reino de Deus”.
Neste sentido, afirmou, a Igreja acolheu favoravelmente a Declaração dos Direitos da Criança, pois “contém enunciados positivos sobre a adoção, saúde, educação, proteção das pessoas com deficiência e proteção dos pequenos contra a violência, o abandono e a exploração sexual e laboral”.
Infelizmente, admitiu, “em diversos casos, alguns dos seus membros, agindo em contraste com este empenho, têm violado tais direitos: um comportamento que a Igreja não admite e não deixará de lamentar e condenar”.
“As duras palavras de Jesus contra aqueles que escandalizam um desses pequenos leva todos a não concordar que se diminua o nível de tal respeito e amor”, advertiu o Papa.
Família estável
Para proteger adequadamente os direitos das crianças, o primeiro a ser feito é proporcionar-lhes uma família, como reconhece a própria declaração internacional.
“É precisamente a família, fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, a maior ajuda que pode ser oferecida às crianças”, afirmou Bento XVI.
As crianças, acrescentou, “querem ser amadas por um pai e uma mãe que se amam, e precisam habitar, crescer e viver com ambos os pais, porque as figuras materna e paterna são complementares na educação dos filhos e na construção de sua personalidade e identidade”.
Neste sentido, “é importante, portanto, que se faça todo o possível por ajudá-las a crescer em uma família unida e estável”.
Por isso, o Papa pede aos esposos que não percam de vista “as razões profundas e a sacramentalidade de seu pacto conjugal”, reforçando-o “através da escuta da Palavra de Deus, da oração, do diálogo constante, da aceitação mútua e do perdão recíproco”.
“Um ambiente familiar não sereno, a divisão do casal e, em particular, a separação com o divórcio não possuem conseqüências sadias para as crianças, ao passo que destinar apoio à família e promover seu bem-estar verdadeiro, os seus direitos, sua unidade e estabilidade são a melhor maneira de proteger os direitos e as autênticas exigências das crianças”, concluiu.
Enviado por Paola Maria Botto Farhan – professora aposentada dos idiomas de francês e italiano.