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O MISTÉRIO DA FORÇA NAS PROVAÇÕES INTERIORES

Paramentos Litúrgicos


Pergunta:

Nós temos conhecido o deserto espiritual certo? Nesse deserto, é um momento em que não sentimos muitas coisas relacionadas a Deus; o que mais pode acontecer nesse período?

Resposta:

Geralmente isso é enviado por Deus para avaliar a profundidade de nosso desapego e confiança.

Nesses momentos é que começamos a entender melhor as coisas.

O sofrimento é a melhor escola da sabedoria.

Quando sofremos, inevitavelmente, somos levados a pensar.

Deixamos de lado o fútil, o banal e o passageiro, o concreto, o episódico, procurando descobrir o porquê disso e daquilo que nos aflige.

Percebemos, assim, que, apesar de nossa fragilidade, Nossa Senhora nos dá sustentação.

Começamos a suportar aquilo que normalmente nos causaria tédio, impaciência, revolta, forte irritação ou desânimo.

Logo nos perguntamos: não pensei que fosse capaz de aguentar situação tão adversa!

Aprendemos, nessas ocasiões, a recorrer com mais fervor a Nossa Senhora e vamos percebendo que foi Ela quem deu a força que antes claramente não tínhamos.

De vez em quando, sobrevém a tentação: não será isso miragem ou quimera? Não será que não estou fugindo do real? Nesse passo, voltamos a refletir.

Notamos que saímos mais fortes, uma vez travada a luta.

A certeza da paz de alma transmite-nos uma consolação imensa.

Às vezes, porém, esse momento (de conforto e confirmação, por assim dizer), tarda em chegar. Ficamos, então, durante certo tempo, numa espécie de incógnita, num mar de perplexidades.

Que terá acontecido?

Onde devo ter errado?

Quando acaba isso?

Será que estou sendo ouvido mesmo?

Estará adiantando suportar tudo isso?

Nessas horas, o melhor é não pensar no sofrimento (ou na tentação) detendo, ao invés disso, a nossa inteligência sobrecarregada e a nossa vontade, à beira do desfalecimento, em objetos que nos elevem e satisfaçam nossas melhores apetências…

Quando nos damos conta, tudo aquilo passou. Foi só um trovão. O céu está sereno de novo.

Fazendo isso muitas vezes, Nossa Senhora nos comunica a convicção de que nada de verdadeiramente mau nos pode acontecer, SE NÃO NOS ENTREGAMOS AO DESÂNIMO OU À INQUIETAÇÃO.

O nosso ânimo alquebrado se reergue.

Vem um pensamento: sofrer é isso?

Olhamos em volta e vemos pessoas que só buscam o prazer: estão agitadas e frenéticas. — Felizes? Não convencem.

Olham em nossa direção, e, às vezes, alguns até perguntam: você está sempre animado, não?

Ouvindo isso, soa uma voz de triunfo interna: 'foi mesmo obra de Nossa Senhora; o que parecia impossível aconteceu!'.

Verificamos, então, pela reação deste ou daquele, que o nosso exterior estava calmo, mesmo durante o mais aceso da provação.

Tínhamos a certeza da vitória

Ela veio mesmo.

'De mil soldados não teme a espada/ Quem pugna à sombra da Imaculada'

(do antigo Hino das Congregações Marianas).

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