Papa Bento XVI diz que a vida cristã exige o martírio da fidelidade diária ao Evangelho
"Celebrar o martírio de São João Batista nos lembra, os cristãos do nosso tempo, que não se pode comprometer o amor por Cristo, sua palavra, a verdade: a verdade é sempre a verdade", comentou Bento XVI aos milhares de fieis reunidos hoje na praça da residência papal de verão em Castel Gandolfo para a audiência geral, que ele dedicou ao aniversário da morte de João Batista, chamado pelo Papa de "precursor de Jesus".
"A vida cristã exige, por assim dizer, o martírio da fidelidade diária ao Evangelho", acrescentou o Pontífice.
Falando do martírio de São João Batista, Ratzinger destacou que "justamente por amor à verdade, ele não selou compromissos com os poderosos e não teve medo de dirigir palavras fortes aos que perderam o caminho de Deus".
Ao se perguntar de onde vinha essa "força", essa "paixão na resistência contra os poderosos", essa "interioridade tão forte, tão correta e tão consistente devotada a Deus e para preparar o caminho para Jesus", o Papa explicou que a resposta era muito simples: "da relação com Deus, da oração, que é o fio condutor de toda a sua existência".
"Toda a existência do precursor de Jesus é alimentada por esse vínculo com Deus, principalmente no período que passou nas regiões desérticas, onde, ao lado das tentações, o homem percebe a própria miséria – por não ter segurança material – e compreende que o único referencial sólido é Deus".
Para Ratzinger "a coragem de permitir que Cristo cresça em nós, e que seja Ele a orientar nossos pensamentos e ações, só pode existir em nossas vidas se o relacionamento com Deus for sólido".
"A oração não é um desperdício de tempo, não é roubar espaço de atividades, incluindo as apostólicas, mas é exatamente o contrário: só se somos capazes de ter uma vida de oração fiel, constante e confiante, Deus nos dará a capacidade e a força para ter uma vida plena, feliz e tranquila, superar as dificuldades e testemunhá-lo com coragem", conclui o Santo Padre.