Papa Francisco pede que manifestantes italianos sigam diálogo
O papa Francisco pediu para os manifestantes italianos seguirem "sempre o caminho do diálogo", ao discursar neste domingo, na Praça São Pedro, diante de membros do "Movimento dos Forconi", que tem promovido protestos em toda a Itália. "A todos da Itália que se reuniram hoje para manifestar contra sua situação social gostaria de dar um conselho construtivo: Afastem-se da tentação dos confrontos e da violência e sigam sempre o caminho do diálogo", disse o Pontífice durante a celebração do Ângelus. "Mas defendam seus direitos", acrescentou o Papa. Ao ler uma das faixas erguidas pelos manifestantes, que continha a inscrição "Os pobres não podem esperar", Francisco alterou seu discurso e, no improviso, pediu para que "todas as pessoas, entidades sociais e autoridades aproveitem o Natal para garantir que cada família possa ter uma casa para morar".
O Vaticano ordenou um reforço na segurança da Praça São Pedro para a chegada dos membros do movimento. No entanto, Mariano Ferro, um dos líderes dos manifestantes, disse que a ideia de acompanhar o papa Francisco na celebração visa a "dizer para o mundo que pare de nos qualificar como violentos". Emocionado com o discurso do Pontífice, Ferro comentou que "o Papa é dos pobres". O "Movimento dos Forconi" tem promovido atos em várias regiões do país e vem acumulando proporções. Inicialmente formado por agricultores, pastores e lavradores italianos da região da Sicília para protestar contra o cenário político atual e os impostos do setor, se difundiu pela Itália e ganhou seguidores de outras áreas, como operários e comerciantes.
Recentemente, em um pronunciamento à Câmara dos Deputados, o ministro do Interior da Itália e vice-premier, Angelino Alfano, chegou a alertar para o "risco dos protestos se tornarem uma rebelião generalizada contra instituições nacionais e européias". Por sua vez, o primeiro-ministro Enrico Letta afirmou que os manifestantes "são uma pequena minoria e não representam o país".