Papa indica três palavras-chave para a família: com licença, obrigado e desculpa
Aplausos e música na Praça de São Pedro para saudar o Santo Padre Francisco na Audiência Geral desta manhã de quarta-feira, 13 de maio. O bom tempo que chega a Roma convida, a cada semana, uma multidão maior para a Audiência, para ver de perto e ouvir os ensinamentos do Papa.
Hoje, a polícia italiana utilizou um novo esquema de segurança como teste para o Jubileu de misericórdia, que começa no dia 8 de dezembro. Por isso, foi isolada uma área entre a Praça de São Pedro e as ruas ao redor, provocando um grande congestionamento.
Apesar disso, Francisco chegou na Praça a bordo do papamóvel descoberto às 9:30 (horário local) e por quase meia hora percorreu os corredores cumprimentando os fiéis ali reunidos. As crianças, como de costume, foram protagonistas e graças aos seguranças, elas chegavam bem perto para receber a bênção do Papa. Ao chegar na frente da Basílica, Francisco parou brevemente na frente de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e rezou em silêncio. Mas durante os cumprimentos, o Santo Padre pediu ao tradutor de língua portuguesa para rezar uma Ave Maria no idioma da festa celebrada hoje, 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima.
Hoje, mais uma vez, o Papa dedicou sua catequese à família. Ele destacou, no resumo feito em português que, “como porta de entrada às reflexões sobre a vida familiar”, ele gostaria de falar sobre três palavras necessárias para se viver bem em família:
“Com licença, obrigado e desculpa”. Ele explicou que “fazem parte da ‘boa educação’, radicada no amor do bem e no respeito pelo outro. A família vive desta delicadeza”.
“Ao dizer ‘com licença’ – continuou o Papa- estamos pedindo gentilmente mesmo aquilo a que julgamos ter direito: entrar na vida do consorte requer a delicadeza dum comportamento não invasor. É a capacidade de esperar que o outro nos abra a porta do seu coração”.
Quanto à palavra ‘obrigado’, ele sublinhou que “hoje caiu muito em desuso na sociedade, pensando que tudo nos é devido; a gentileza e a capacidade de agradecer são vistas como sinal de fraqueza, deixando-nos até suspeitosos e desconfiados. Mas uma pessoa que não sabe agradecer, esqueceu a linguagem de Deus”, afirmou. “Sejamos intransigentes em educar para a gratidão: a dignidade da pessoa e a justiça social passam por aqui”, afirmou.
Por último, ‘desculpa’. “Uma palavra difícil e todavia tão necessária”, destacou Francisco. “Quando falta, pequenas fendas alargam-se, mesmo sem querer, até se tornar fossos profundos. Na casa, onde não se pede desculpa, começa a faltar o ar. Na vida matrimonial, litiga-se tantas vezes, mas dou-vos um conselho: nunca termineis o dia sem fazer a paz; para isso, basta um pequeno gesto”, disse o Papa.
Em seguida, o Santo Padre saudou os peregrinos de língua portuguesa, “particularmente as várias paróquias e grupos do Brasil.
Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convido-vos a multiplicar os gestos diários de veneração e imitação da Mãe de Deus. Confiai-Lhe tudo o que sois, tudo o que tendes; e assim conseguireis ser um instrumento da misericórdia e ternura de Deus para os vossos familiares, vizinhos e amigos. A todos abençoo no Senhor”.
Depois de saudar os peregrinos em diversas línguas, o Papa dirigiu um pensamento especial aos jovens, doentes e recém-casados. Ele lembrou que hoje celebra-se a festa de Nossa Senhora de Fátima. Por isso, exortou os jovens a cultivarem a devoção à Mãe de Deus, por meio da oração diária do Rosário. Os doentes foram convidados a sentirem Maria presente na hora da cruz. E aos recém-casados, pediu para rezarem a fim que nunca falte o amor e o respeito mútuo em casa.
Ao final, Francisco disse: “Peço a meu irmão português, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, que reze com todos em português uma Ave Maria”.