Para quem não é dócil de coração nenhum argumento deste mundo, o levará a optar por Deus
Em um dos textos bíblicos manifesta-se a oposição sempre cerrada entre Jesus e os Judeus.
“Não te lapidamos, não te queremos apedrejar pelas boas obras que fazes. Mas porque sendo homem te fazes Deus.”
A resposta de Jesus nos surpreende: “Não está escrito na vossa lei – e cita o salmo – vós sois Deus? Ora, se a lei chama deuses seres humanos e a palavra de Deus não mente, como quereis lapidar-me a mim que vos digo a verdade?”
Na verdade parece estar havendo aqui um sofisma, porque os judeus não acusam Jesus de se chamar deus com d minúsculo. Acusam-no de se auto intitular Deus com D maiúsculo.
De qualquer maneira, se este modo de pensar rabínico nos assusta a nós que somos modernos e acostumados com a lógica aristotélica, vai aqui uma outra explicação: é possível entender o texto a minori ad maius – do menor ao maior.
Se simples homens, só porque julgam os demais, porque podem sentar-se em cátedras de juízes e realizar uma ação que compete a Deus – julgar seres humanos – se a estes se dá o título de deuses ainda que seja com d minúsculo, quanto mais merecerá esse mesmo ttulo, agora com D maiúsculo Aquele a quem o Pai consagrou e enviou a este mundo.
É assim, caríssimos irmãos que nós devemos entender o texto.
Porem, esta é uma exegese; eu estou aqui fazendo uma pregação espiritual e encerro da seguinte maneira:
Quando os ouvidos não estão atentos, quando não há docilidade no coração, não existem argumentos que nos façam demover dos nossos intentos contrários ao Evangelho e abraça-lo em nossa vida.
Tudo se decide no intimo do nosso coração.
Existem corações empedernidos e existem corações dóceis. Para aqueles que são dóceis os argumentos são mais que úteis e valiosos. Para quem não é dócil de coração, nenhum argumento deste mundo, nem que provenha da boca de Jesus, o levará a optar por Deus.