Religiosa italiana é morta em ataque terrorista em Moçambique
Um ataque terrorista contra a sede da paróquia católica de Chipene, na província de Nampula, em Moçambique, matou a freira italiana Maria De Coppi, 83 anos, informa a ordem das Irmãs Missionárias Combonianas.
“Lamento ter que comunicar a triste notícia de que a sra. Maria De Coppi foi assassinada. A sra. Maria atuava em Moçambique desde 1963”, informaram as religiosas, destacando que as outras duas freiras que estavam no local conseguiram fugir.
Ainda conforme as Combonianas, uma das religiosas, Eleonora Reboldi, conseguiu se esconder na floresta próxima à sede da igreja com algumas das estudantes acolhidas e ajudadas pela igreja local.
A agência de notícias católicas Fides informou que De Coppi foi assassinada com um tiro na cabeça enquanto tentava chegar ao dormitório das estudantes para alertá-las do ataque. Além dos disparos de um grupo armado, eles atearam fogo em algumas partes das estruturas.
Já os dois padres italianos que atuam em Chipene conseguiram fugir com vida do local. “Don Lorenzo e don Loris estão vivos. Agradecemos a Deus!”, postou em sua página no Facebook o Centro Missionário Concórdia Pordenone, de onde os religiosos partiram.
“Os rebeldes atacaram a missão, ateando fogo a todas as obras paroquiais. Irmã Maria, missionária comboniana originária de Vittorio Veneto, foi assassinada durante o ataque. Todos os sobreviventes estão fugindo em direção a Nacala”, acrescentou.
Em outubro do ano passado, De Coppi foi à Itália para realizar uma série de exames médicos e deu uma entrevista para a revista católica L’Azione, onde expressava suas preocupações com o aumento da violência na região onde atuava em Moçambique.
“Os últimos dois anos foram muito duros. No norte do país está em andamento uma guerra pelos campos de gás e as pessoas sofrem e precisam fugir. Na minha paróquia, há 400 famílias que chegaram de zonas de guerra. Depois veio o ciclone e, no ano passado [2020], uma longa seca se prolongou. Hoje, Nampula vive na extrema pobreza”, disse à época.
Após a confirmação da notícia da morte, o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Matteo Zuppi, lamentou o assassinato.
“Rezemos pela irmã Maria que por 60 anos serviu Moçambique e ele tornou-se sua casa. O seu sacrifício seja uma semente de paz e de reconciliação em uma terra que, depois de anos de estabilidade, é novamente flagelada pela violência causada por grupos islamistas que há alguns anos semeiam terror e morte nas vastas zonas do norte do Moçambique”, disse o cardeal.