Renúncia de Bento XVI completa quatro anos
No dia 11 de fevereiro de 2013, há quatro anos, o papa Bento XVI renunciava ao cargo de líder da Igreja Católica e chocava o mundo com uma decisão que só havia sido realizada por um outro Pontífice em toda a história: Gregorio XII, em 1415.
O anúncio foi feito durante uma reunião no Vaticano que comemorava o aniversário do Tratado de Latrão, que em 1929 garantiu o reconhecimento de soberania do menor país do mundo, e na qual foram assinados decretos de canonização de alguns santos.
Inesperadamente, Joseph Ratzinger começou a ler um texto em latim que anunciava sua renúncia ao Pontificado. Nele, o Papa Emérito disse que estava cansado, que não tinha condições de saúde favoráveis para continuar no cargo e que por isso iria deixar sua posição no dia 28 daquele mesmo mês.
Foi neste momento que, em choque, a jornalista da ANSA Giovanna Chirri deu a notícia em primeira mão ao mundo, antes mesmo da confirmação do Vaticano. Sentada na Sala de Imprensa da Santa Sé, a italiana, que sabia latim, foi a única que entendeu do que se tratava a fala de Bento XVI. Pouco tempo depois foi a vez de outras agências de notícia, jornais, sites e emissoras de televisão a comentarem a renúncia.
Após o anúncio e a sua renúncia de fato, que de acordo com boatos também se deve a desavenças na cúpula da Santa Sé, o Papa emérito passou a morar no Convento Mater Ecclesiae, dentro do Vaticano.
Agora, quase no aniversário de 4 anos da declaração, o atual presidente da Fundação Ratzinger, Federico Lombardi, comentou sobre a data, sobre a saúde de Bento XVI e sobre a relação entre o alemão e o papa Francisco à “Radio Vaticana”.
“O modo no qual viveu estes anos corresponde ao que nos havia dito, ou seja, viver na oração, no retiro, de um ponto de vista espiritual, e com extrema discrição. É isso o que está acontecendo, em plena serenidade”, disse o religioso, que em anos anteriores já havia afirmado que nunca descartou a possibilidade da renúncia do Pontífice.
“Eu o encontrei em perfeitas condições de ponto de vista da lucidez, da presença espiritual, mental e então é um verdadeiro prazer estar com ele. Naturalmente, o tempo passa e as forças não aumentam. Enquanto as mentais e espirituais e mentais estão perfeitas, as suas forças físicas vão ficando mais débeis. Ele ainda é uma pessoa que particularmente não tem doenças, se vê que a fragilidade aumenta com a idade, mas ele está de pé, consegue caminhar em casa”, afirmou Lombardi. Já sobre a relação entre os dois Papas, o italiano ressaltou que Francisco sente o “apoio da presença e da oração” de Ratzinger e que “cultiva essa relação às vezes com visitas, às vezes com telefonemas, certamente com muitos sinais de familiaridade, de respeito e de espera de um encontro espiritual”.