SACERDÓCIO: VOCAÇÃO RELIGIOSA – POR PADRE ALEXANDRINO MONTEIRO
"O Padre no entusiasmo de suas obras, dizem, pode descer à vulgaridade. No meio de seus rapazes quer correr com eles, jogar com eles a bola, no que forçosamente terá de se vulgarizar e perder muito de sua dignidade. Outro irá banhar-se com a turba de pequenos e grandes, sem atender aos passeadores e passeadoras; outro irá com sua turba infantil ao circo ou se verá no casino de cigarro na boca, de cartas na mão diante de garrafas de cerveja. Qualquer argumento que se apresente para justificar estas vulgaridades é evidentemente inadmissível.
Um Padre pode assistir a uma exibição gímnica, mas sem se constituir juiz. Pode ser bom, simples, acessível, sem descer à familiaridade que gera o desprezo. O povo quer ver no Padre o pai, o amigo, mas nunca o camarada. Os fiéis querem ver no Padre o padre, e isto obriga-o a uma atitude grave, de modo que se não diga dele com justiça: 'É um homem como os outros no que se vê; e por que o não há-de ser no que se não vê?'
(…) Além disto, lembremo-nos que os que estão colocados no alto é que podem inclinar-se ao povo. O Padre para descer ao povo deve estar de cima; se se iguala com o povo, já não pode descer até ele.''
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Pe. Alexandrino Monteiro. ''O Homem de Deus''. Edit. Mensageiro da Fé, Salvador, 1953, pp. 63-64