O mês da Bíblia terminou… e você, leu algum trecho? Refletiu sobre alguma passagem? Sabe por que o mês de setembro é o mês da Bíblia? Não? Então vamos comentar este assunto.
30 de Setembro é o dia em que lembramos e cultuamos a memória de São Jerônimo. São Jerônimo nasceu na cidade de Estridão, Itália. Estudou em Roma, foi criado desde pequeno como cristão, foi batizado aos 18 anos, e é um dos doutores da Igreja.
A pedido do Papa Damaso, traduziu os textos bíblicos do Grego e Aramaico para o Latim. Esta versão ficou conhecida como “Vulgata”, e é a oficial utilizada pela Igreja até os dias atuais.
Jerônimo também foi o defensor do dogma católico da virgindade de Maria, ao se opor ao herege Helvídio. Também lutou até a morte contra a heresia pelagiana.
É muito conhecida a história do leão que ficava com ele e o protegia enquanto ele fazia seu árduo trabalho de tradução nas grutas de Jerusalém. Conta a história, que um dia em companhia de outros monges, aproximou-se deles um leão, com uma das patas feridas, os outros monges fugiram de medo, Jerônimo não. Com muita calma, solicitou um balde de água a outro companheiro, e lavou calmamente a pata que o leão lhe oferecia. Ao perceber que espinhos estavam cravados na pata, Jerônimo os retirou, passou um güento e a pata logo estava curada. Em gratidão o leão ficou com ele, como que um animal de companhia, doméstico, que o acompanhava. Sua imagem ficou associada ao leão.
Jerônimo morreu em 30 de Setembro de 420, por isso o mês de setembro é dedicado ao estudo e reflexão da Palavra de Deus, graças a ele que foi um dos mais brilhantes e estudiosos da Bíblia. “Não se conhece Cristo, sem conhecer o Evangelho”.
A Bíblia não é um livro comum, é um livro que requer fé. Seus escritos não podem ser levados ao “pé da letra”. Nós católicos a refletimos com base nos ensinamentos do Magistério. Ela é um manual para viver bem e de acordo com que Deus planejou para nós.
A Septuaginta é a versão grega da Bíblia que tem como texto original os textos do Antigo Testamento, designa Septuaginta pois foi copilada por um grupo de 70 eruditos judeus da época, em Alexandria no Egito. É considerada a versão mais antiga da Bíblia.
A versão Católica da Bíblia tem 73 livros, sendo 46 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento; 7 livros a mais que a versão protestante e 3 a menos que a versão Ortodoxa.
A Bíblia não é de livre interpretação. Seus textos requerem estudos diversos, embora sejam atuais e seus conhecimentos sejam atemporais, alguns dados têm que ser levados em consideração, como a época, a cultura, o lugar, o contexto.
Orígenes, um dos grandes Pais da Igreja, doutor em doutrina Católica, cometeu um ato impensável ao se castrar, devido a um texto do Evangelho de Mateus.
“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno”. Por outro lado, Santo Agostinho salvou-se ao refletir outro texto bíblico, agora em uma carta de São Paulo, e a Igreja conheceu seu mais brilhante doutor. A voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente "toma e lê"; "toma e ler". Ele tomou o texto da carta de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, onde lê-se: "Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites.
Mas para Matinho Lutero a coisa não caminhou assim, monge católico, atormentado pelas tentações e visões, traduziu a Bíblia para o Alemão e a deu ao povo para que a interpretasse como quisesse, tirando da Igreja o papel de instrução. E o que acontece hoje, é que cada protestante pode ser uma “igreja”; pode fazer a interpretação que quiser da Palavra de Deus, pode condenar, se condenar, fazer julgamentos, e “sola fide”, “sola scriptura”.
Devemos lembrar que a Igreja Católica, recuperou a tempo a importância da Palavra de Deus na vida dos fiéis, em colocá-la em igualdade com o Sacrifício Eucarístico, as duas têm a mesma dignidade.
“É enorme a importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as ações e os sinais”. SC. Portanto, estejamos atentos à Palavra de Deus, São João diz em seu Evangelho, “O Verbo se fez carne”, a Palavra de Deus também alimenta alma.
Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais e colaboradora do portal Catolicismo Romano