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“Serei pastor com cheiro do povo”, diz sucessor de Damasceno na arquidiocese de Aparecida

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"Quero ser o pastor com o cheiro do povo". Com esta promessa, Dom Orlando Brandes, de 70 anos, assumirá a arquidiocese de Aparecida, um dos maiores santuários marianos do mundo. Indicado ao cargo no último dia 16 de novembro pelo papa Francisco, Brandes será o sucessor de Dom Raymundo Damasceno, que ficou no posto por 12 anos e renunciou por atingir o limite de idade – completará 80 anos em fevereiro de 2017.

Em entrevista exclusiva à ANSA nesta segunda-feira (21), Brandes confessou que sabia da nomeação desde 17 de outubro e que, durante este um mês, já traçou ideias de projetos para Aparecida. "Penso em algumas coisas que gostaria de fazer. Tenho um grande amor à Bíblia, divulgar sua palavra, ensinar a leitura orante.

Este é um dos projetos que estou pensando. Mas, em Aparecida, também quero chorar as lágrimas do povo que está lá. Ajudar esse povo que vai lá para ser consolado, curado, com mais amor à Igreja", afirmou Brandes, que até então era arcebispo de Londrina. "Quero atuar como um padre, um pastor, com cheiro do povo, um ensinamento que o papa Francisco tem pregado bastante", comentou o religioso, ressaltando também que deseja "aprender com a arquidiocese, com todo seu passado e sua história".

"Tenho grande admiração por Dom Raymundo, um dos grandes cardeais do Brasil, tanto por seu cargo em Aparecida quanto pelo seu jeito humano de ser e pela amizade que tem com os Papas, especialmente com Francisco", contou o novo arcebispo. Nascido em Urubici, em Santa Catarina, Brandes foi ordenado padre em 1974 e estudou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Foi nomeado bispo de Joinville em 1994 pelo papa João Paulo UII e arcebispo de Londrina em 2006, pelo papa Bento XVI.

"Meu posicionamento em relação ao papa Francisco é de muita alegria, de um recebimento grande de suas orientações. Este ponfificado está marcando a história da Igreja, para que não tenhamos a mentalidade de príncipe entre os povos. Mas sim, de maternidade", afirmou Brandes. E foi em Aparecida que Brandes teve seu único encontro com Francisco, em 2007, durante a 5ª Conferência Episcopal Latino-Americana, quando o Papa era, então, arcebispo de Buenos Aires e foi um dos relatores do documento final, que propunha uma mudança no pensamento pastoral: não esperar mais que o povo vá à Igreja, mas sim, levar a Igreja ao povo.

Nesta manhã, Francisco assinou outro documento, desta vez com um peso maior devido à estola papal que carrega: a carta apostólica pós-Jubileu, que traça novas diretrizes para sacerdotes, bispos e arcebispos. Inspirado no tema do Jubileu, a misericórdia, Bergoglio autorizou todos os sacerdotes a decidirem, por conta própria, conceder o perdão a quem quiser se redimir pelo pecado do aborto. "Esta notícia é muito bem-vinda. Fechamos as portas dos templos do Jubileu, mas abrimos as portas das pastorais, porque a misericórdia nunca acabará", disse Brandes.

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