SEXTA-FEIRA SANTA: Papa Francisco celebra missa da Paixão de Cristo no Vaticano
O papa Francisco celebrou a missa da Paixão de Cristo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em mais um dos eventos da Semana Santa católica.
O Pontífice, que entrou na igreja empurrado em sua cadeira de rodas, iniciou a Liturgia da Palavra, com a história da Paixão segundo São João.
O rito contou com a Oração Universal e a Adoração da Cruz, seguida da Comunhão. A homilia foi feita pelo pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, o qual destacou que, diante dos homens, Deus se encontra desprovido de toda capacidade, pois não pode fazer outra coisa senão respeitar, em medida infinita, a livre escolha dos homens.
“Deus é onipotente, claro; mas que tipo de poder é esse? Diante das criaturas humanas, Deus se encontra desprovido de qualquer capacidade, não apenas coercitiva, mas também defensiva. Ele não pode intervir com autoridade para se impor sobre eles. Não pode fazer outra coisa senão respeitar, em extensão infinita, a livre escolha dos homens”, explicou.
O cardeal enfatizou que “a verdadeira ‘onipotência’ de Deus é a ‘impotência’ total do Calvário” e observou que, no momento da crucificação, uma grande multidão testemunhou o suplício. No entanto, depois de sua ressurreição, Jesus aparece apenas a poucos discípulos, “fora dos holofotes”.
“À nossa ‘vontade de poder’, ele opôs a sua ‘impotência voluntária’. Que lição para nós que, mais ou menos conscientemente, queremos sempre nos exibir. Que lição especialmente para os poderosos da terra”, enfatizou.
Por fim, criticou todos aqueles que “nem remotamente pensam em servir, mas apenas no poder pelo poder”, lembrando daqueles “que oprimem o povo e “se autodenominam benfeitores”.
A celebração, que aconteceu em uma Basílica completamente lotada, contando com a presença de fiéis, 35 cardeais, 26 bispos e 40 prelados, ocorreu antes da Via Sacra no Coliseu, em Roma, onde o argentino rezará por todos aqueles que sofrem com a guerra, pelos “muitos Cristos” vítimas da arrogância, pelas mulheres abandonadas e “idosos e bebês descartados”.