Vaticano rejeita resposta de “lefebvrianos”
O Vaticano rejeitou a resposta dos lefebvrianos ao Preâmbulo Doutrinal de reconciliação proposto pela Igreja e propôs mais um mês para que a ordem esclareça sua posição para evitar uma ruptura definitiva.
A decisão foi comunicada pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal William Levada, ao superior geral da ordem lefebvriana, a conservadora Fraternidade Sacerdotal San Pio X (FSSPX), dom Bernard Fallay, em uma reunião.
A ordem entregou em janeiro deste ano uma resposta ao Vaticano sobre um documento de setembro de 2011 para a reconciliação entre a hierarquia eclesiástica e a fraternidade, que se opõe às mudanças doutrinais do Concílio Vaticano II.
Porém, para a hierarquia eclesiástica, a posição expressa pela ordem "não é suficiente para superar os problemas doutrinais que estão na base da divisão entre a Santa Sé e a Fraternidade".
Um comunicado lido pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, assinala que, "no fim do encontro, guiado pela preocupação de evitar uma ruptura eclesiástica com consequências dolorosas e incalculáveis, convidou-se ao Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal San Pio X a esclarecer sua posição para poder alcançar a recomposição da fratura existente, como desejado pelo papa Bento XVI".
Lombardi reforçou, porém, que "a questão não é ainda considerada encerrada definitivamente", uma vez que o Vaticano esperará até meados de abril por uma reposta após "um tempo posterior de reflexão e esclarecimento".
O porta-voz recordou ainda que o processo de negociação entre os tradicionalistas e a Igreja Católica vem de um processo longo, em que o Pontífice dedicou oito encontros de reflexão teológica com a ordem.
A ordem dos lefebvrianos, fundada pelo cardeal Marcel Lefèbvre em 1970, rejeita preceitos do Concílio Vaticano, como o ecumenismo e a liberdade religiosa, e o magistério pós-conciliar dos Papas.