“VATILEAKS 2”: Jornalista que publicou dados sigilosos depõe no Vaticano
O jornalista italiano Gianluigi Nuzzi prestou depoimento nesta quarta-feira (13) pelo caso do vazamento de dados de informações sigilosas do Vaticano, o chamado "Vatileaks 2".
"Estou feliz porque esclareci tudo. É um processo de um Estado que, vendo notícias constrangedoras, decidiu perseguir quem as publicou. No meu país, isso não é crime", disse o jornalista na saída do Tribunal.
Nuzzi foi questionado pelos repórteres sobre o que fará no caso de uma condenação e ele respondeu que "fará apelações até o fim na [Corte de] Cassação. Também no Vaticano há três instâncias judiciais". O jornalista está passando pelo julgamento por ter publicado o livro "Via Crucis", que apresentava documentos de comissões econômicas da Santa Sé. Além de Nuzzi, outro jornalista, Emiliano Fittipaldi, também está sendo julgado por ter publicado documentos sigiloso no livro "Avarizia" ("Avareza"). Os dois são considerados coautores no vazamento dos documentos.
Já o monsenhor espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, seu ex-assessor Nicola Maio, e a ex-funcionária vaticana Francesca Immacolata Chaouqui estão respondendo por formação de quadrilha e por "subtração e difusão de notícias e documentos reservados". Todos trabalhavam na Comissão de Estudos sobre as Atividades Econômicas do Vaticano (Cosea), órgão criado pelo papa Francisco para monitorar as contas da Igreja Católica e que já foi extinto.
A próxima audiência do caso, a décima até o momento, será realizada no dia 26 de abril com a participação de testemunhas dos acusados. "Concluindo o interrogatório dos acusados, está prevista a sessão com as testemunhas. Hoje, alguns advogados pediram à Corte para acrescentar algumas testemunhas além daqueles que já haviam sido solicitados. […] Em decisão, houve a recusa de novos testemunhos", informou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.