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Comunhão com Pedro, garantia de liberdade para a Igreja, segundo Papa

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A comunhão com Pedro e seus sucessores "é garantia de liberdade para os pastores da Igreja e para as próprias comunidades confiadas a eles", afirmou o Papa Bento XVI.

O Pontífice presidiu ontem a Missa solene por ocasião da festa de São Pedro e São Paulo, padroeiros de Roma, na qual, como é tradição há séculos, impôs o pálio aos arcebispos metropolitanos nomeados por ele durante o ano passado.

A comunhão com o Papa, explicou, é garantia de liberdade para a Igreja em dois sentidos: o histórico e o espiritual.

No âmbito histórico, afirmou, "a união com a Sé Apostólica assegura às Igrejas particulares e às conferências episcopais a liberdade com relação aos poderes locais, nacionais ou supranacionais, que podem, em certos casos, obstaculizar a missão da Igreja".

Isso é muito importante "no caso de Igrejas marcadas por perseguições ou também submetidas a ingerências políticas ou a outras duras provas".

No entanto, sublinhou o Papa, as perseguições, apesar dos sofrimentos que provocam, não constituem o perigo mais grave para a Igreja".

"O maior dano, de fato, é padecido por causa do que contamina a fé e a vida cristã dos seus membros e comunidades, erosando a integridade do Corpo místico, enfraquecendo sua capacidade de profecia e testemunho, ofuscando a beleza do seu rosto."

Por isso, afirmou o Papa, o segundo significado do pálio é mais profundo: que "o ministério petrino é garantia de liberdade no sentido da plena adesão à verdade, à autêntica tradição, para que o povo de Deus seja preservado de erros referidos à fé e à moral".

É o caso de comunidades "que sofrem a influência de doutrinas enganosas ou de tendências ideológicas e práticas contrárias ao Evangelho".

Estes "perigos espirituais", indicou, podem ser "alguns problemas de divisões, de incoerências, de infidelidades ao Evangelho que ameaçam seriamente a Igreja", mas também os perigos dos "últimos tempos", as "atitudes negativas que pertencem ao mundo e que podem contagiar a comunidade cristã: egoísmo, vaidade, orgulho, apego ao dinheiro etc.".

Este sinal do pálio, explicou o Papa, é "penhor de liberdade, de forma análoga ao ‘jugo' de Jesus, que Ele convida a levar, cada um sobre seus ombros".

"Como o mandamento de Cristo – ainda que exigente – é ‘suave e leve' e, ao invés de pesar sobre quem o leva, levanta-o, assim o vínculo com a Sé Apostólica, ainda que comprometido, sustenta o Pastor e a porção da Igreja confiada aos seus cuidados, tornando-os mais livres e mais fortes."

Em referência ao rito da imposição do pálio, Bento XVI explicou que "o fato de que, cada ano, os novos metropolitanos venham a Roma para receber o pálio das mãos do Papa tem seu significado próprio, como gesto de comunhão".

"Existe, portanto, uma garantia de liberdade assegurada por Deus à Igreja, liberdade tanto dos laços materiais que buscam impedir ou coartar sua missão, como dos males espirituais e morais, que podem erosar a autenticidade e a credibilidade."

O Papa se dirigiu também à Delegação Fraterna do Patriarcado de Constantinopla presente na celebração, recordando a promessa de Cristo de que "as forças do inferno não prevalecerão sobre sua Igreja".

"Estas palavras podem ter também um significativo valor ecumênico, desde o momento em que, como indicava há pouco, um dos efeitos típicos da ação do Maligno é precisamente a divisão dentro da comunidade eclesial", afirmou.

Mas, sublinhou, "a palavra de Cristo é clara: não prevalecerão. A unidade da Igreja está arraigada em sua união com Cristo, e a causa da plena unidade dos cristãos – que sempre é preciso buscar e renovar, de geração em geração – é também sustentada por sua oração e por sua promessa".

Bento XVI concluiu reconhecendo "os progressos nas relações ecumênicas entre católicos e ortodoxos" e convidando-os a "renovar o compromisso de corresponder generosamente à graça de Deus, que nos leva à comunhão plena".

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