Após um período de silêncio, Vaticano deplora cena polêmica na abertura dos Jogos de Paris
Após um período de silêncio, o Vaticano criticou a cena polêmica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, pela grave ofensa cometida a muitos cristãos e crentes de outras religiões.
Apesar de não especificar as cenas, o comunicado diz respeito a uma reprodução do quadro “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, “representada” por drag queens, uma modelo trans e o cantor Philippe Katerine quase nu, com alguns atributos de Dionísio, o deus grego do vinho e da festa.
A performance ocorreu durante o desfile das delegações esportivas, que contou com 85 barcos, inúmeros quadros artísticos e apresentações de artistas de todo o mundo, em uma cerimônia inédita fora de um estádio olímpico.
“A Santa Sé entristece-se com algumas cenas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris e só pode unir-se às vozes que se levantaram nos últimos dias que deploram a ofensa cometida a muitos cristãos e crentes de outras religiões”, diz o texto.
De acordo com o Vaticano, “não deve haver alusões que ridicularizem as crenças religiosas de muitas pessoas em um evento de prestígio, onde o mundo inteiro se reúne em torno de valores comuns”.
“A liberdade de expressão, que, obviamente, não é questionada, encontra o seu limite no respeito pelos outros”, conclui a nota.
Em meio à polêmica, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia se manifestado, dizendo que a abertura não teve intenção de desrespeitar grupos religiosos. Além disso, os responsáveis pelo evento argumentaram que a cena era uma representação de um festival pagão ligado a deuses do Olimpo.