Cardeal que “tuitar” no conclave será punido
Um eventual abuso de modernidade no conclave que elegerá o novo papa será punido com excomunhão.
Foi o que informou o monsenhor Juan Arieta, especialista em lei do Vaticano, ao dizer que, se algum cardeal resolver anunciar qualquer coisa pelo Twitter, estará rompendo o sigilo obrigatório e, portanto, será punido.
Arieta também distribuiu o cronograma de votação no conclave. No primeiro dia, está prevista só uma votação, à tarde. De manhã, há a missa Pro Eligendo Papa.
Nos três dias seguintes, serão quatro escrutínios por dia, dois em cada período, a menos, como é óbvio, que algum nome obtenha os dois terços dos votos exigidos pela Constituição Apostólica.
Em caso contrário, o quinto dia será de pausa para uma oração e para diálogo livre entre os cardeais eleitores.
A votação reinicia-se no sexto dia e vai até o 12º, sempre com quatro escrutínios ao dia, com nova interrupção após os votos do sétimo dia.
Depois do oitavo e nono dias, nova interrupção.
O sistema muda após 12 dias e 34 votações. Nessa altura, é obrigatório adotar o chamado "ballotage" –a escolha entre os dois mais votados. Permanece, porém, o quórum de dois terços.
O jornal "La Stampa" informou ontem que o dossiê sobre o vazamento de documentos no Vaticano, o chamado Vatileaks, será revelado aos cardeais eleitores.
Os cardeais que o elaboraram (Julián Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi) serão recebidos no início da semana pelo papa Bento XVI que, então, dará autorização para divulgação aos cardeais, sempre segundo o jornal".
O dossiê "fotografa lutas de poder e guerra interna na hierarquia eclesiástica, mas, segundo se diz no Vaticano, não denuncia escândalos nem chantagens de fundo sexual", ao contrário, portanto, da versão publicada pelo jornal "La Repubblica".
Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, chamou de "absurdos" rumores de que o papa designou o vice-chanceler Ettore Balestrero para ser embaixador na Colômbia devido ao Vatileaks.