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CRISE DE IDENTIDADE – ARTIGO ESCRITO PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos
Mais uma vez, neste período de Quaresma, voltamos a reflexão. E ao dar inicio a minha reflexão pessoal, me sinto confusa e muito perdida. Mas onde me perdi? Onde se perderam muitos de meus irmãos? Quantos se encontram na mesma situação? Não sabem mais de qual Igreja fazem parte. A crise de identidade não é pessoal, é coletiva. Não sabemos mais o que é certo ou errado, o que é permitido ou não, qual caminho devemos seguir. 
Sabemos sim. Sabemos  o que é certo, mesmo que o mundo todo diga que não é; sabemos  o que é errado, mesmo que o mundo todo diga que não é, sabemos que tudo nos é permitido, pois temos liberdade, Deus nos a concedeu, mas sabemos também que nem tudo nos convém, “A mim tudo é permitido, mas nem tudo me convém” I Cor 6,12 . Está muito claro nas escrituras , “ Entrai pela porta estreita! Pois larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são os que o encontram”. Mt 13-14.
Se sabemos o que é certo, o que permitido, o que alegra o coração do Senhor, porque motivo nos sentimos perdidos e não reconhecemos mais nossa amada Igreja? Já os advertia o Santo Papa São Pio X , “ O modernismo é a síntese de todas as heresias”, mal sabia ele que essas heresias eram o mal mais genuíno, e muitas delas seriam espalhadas pela própria Igreja.
A Igreja vive uma crise de identidade sem precedentes, e me desculpem alguns, mas embora eu deva obediência, orações, e máxima consideração, nosso Papa não tem me inspirado confiança, suas falas são dirigidas para o mundo de forma muito secular, suas palavras caem nos ouvidos como querem ser ouvidas e não como precisam ser ouvidas.
Conseguem banalizar até o mais lindo hino ao amor-caridade descrito na I Cor 13,13 “ Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança e o amor. Mas a maior delas é o amor”. O amor é usado para justificar o mal, corrompendo até o que é mais sagrado, tudo o que nós ouvimos hoje em dia é “ temos que ter amor” “temos que amar nossos irmãos”, “O amor é lindo!” “O mundo precisa de amor”, “ O amor justifica tudo”…. mas, qual amor? Existem pessoas que matam em nome do amor, subjugam em nome do amor, sofrem de amor, se escravizam em nome do amor, perdem a alma em nome do amor. Em nome do amor desistem de suas convicções, em nome do amor, abrem mão da fé, pelo amor, deixam de corrigir seus filhos, em nome do amor, fazem vistas grossas para o erro do outro, em nome do amor, qualquer forma de amar se tornou justa e vale a pena.
Sim, o amor é tudo isso, mas só quem ama de verdade, sabe que o amor, corrige, que o amor faz sofrer, que o amor faz ceder, nos torna mais leve o sacrifício, não existe amor maior do que dar a vida por outro, existe sim , dar a vida do único filho por todos, e mesmo se estes “todos” não tiverem entendido a dimensão de seu amor, ainda assim terá valido a pena.
Esse amor, é muito diferente do amor divulgado em vídeo lançado pelo Vaticano no começo deste ano, onde líderes de diversas denominações, exaltavam o amor, mas exaltavam aquele amor de comercial de TV, bem meloso, bem relativizado, onde se vê claramente que não têm a menor intenção de abrir mão de seus argumentos para se unirem definitivamente, foi um vídeo mais ou menos assim… “ eu não comungo de sua religião, mas eu te amo assim como você é, então, continue assim e eu continuo assim”. É este tipo de amor que a Igreja de hoje oferece; ame a todos sem distinção, respeite suas escolhas e suas posições, porque tudo o que importa é o amor.
Não sei quanto a vocês, mas a mim o que importa é guardar a fé, é resistir a um mundo cheio de amor, mas sem nenhuma compaixão, não quero um amor que me console, que me adule, quero um amor que me corrija, que me fortaleça, que me ajude a caminhar no caminho estreito, pois é este que leva a salvação da minha, e da sua alma.
 

Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora dos portais Rádio Italiana e Catolicismo Romano.

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