Existem momentos que devemos nos calar como sacrifício das palavras inúteis que nos cercam
O texto Evangélico de hoje, no qual Jesus cura alguém que era mudo, para tecer um comentário sobre a mudez.
Mudez não é como muitos pensam a incapacidade de falar, assim como a loquacidade, também não é como muitos julgam a capacidade de se exprimir e de dialogar.
Existe o silencio; existe um silencio que é excesso e existe um silencio acético que é o sacrifício da palavra. Assim como existem horas no dia para eu falar, existem horas no dia, em que eu deveria me calar. Mas calar-me, não com a finalidade de me tornar mudo e menos ainda com a possibilidade e a finalidade de me isolar. Eu me calo, eu entro em silencio, para deixar fazer silencio ao redor de mim; para deixar que se calem as vozes, as mais das vezes inúteis, quando não perniciosas deste mundo e de tantos que estão ao nosso redor; para escutar a única palavra que vale a pena ser escutada: a palavra de Deus.
E assim nós nos calamos muitas vezes ou deveríamos calar-nos muitas vezes no nosso dia como um sacrifício da palavra inútil para nos preparar para ouvir aquela única palavra que pode construir a nossa personalidade; que pode nos aproximar sempre mais de Cristo e nos tornar mais semelhantes ao Seu coração através da ação Espírito Santo.
Calamo-nos sim! Calamo-nos para nos preparar para a escuta dessa palavra e nos calamos muitas vezes depois de escutá-la. Não queremos voltar imediatamente ao multiloquio, às conversas inúteis, às conversas perniciosas, às conversas que não fazem bem, as conversas que muitas vezes jogam lama nos outros e nos fere a caridade.
Nós nos calamos depois de ouvir a palavra, para que ela ecoe dentro de nós.
Deixe um pouco de lado o multiloquio, no qual diz a escritura que nunca está ausente o pecado; deixe um pouco conversas inúteis, conversas perniciosas, conversas que não constroem nada e dedique-se a ouvir a única palavra que vale a pena ouvir e verá então com admiração; com grande admiração, o quanto Deus nos faz crescer.