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EXORCISMO NO CATOLICISMO – ARTIGO ESCRITO PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos
Exorcismo no CatolicismoEm meio a surpreendente notícia quando o Papa Francisco junto com a Congregação Vaticana para o Clero aprovou os estatutos da Associação de Exorcistas, alguns meios de comunicação exibem matérias sobre o tema, onde infelizmente deturpam a realidade.

 

A Associação fundada pelo famoso padre exorcista Pe. Gabriele Armort tem como seu principal objetivo  o esclarecimento e conscientização sobre este problema espiritual, treinamento de exorcistas, além de realizar conferências com teólogos, psiquiatras e médicos.

Que o mal existe, não tenho dúvida. A Bíblia nos traz muitos relatos, desde o primeiro livro, o Gênesis, nos é relatado que no Jardim haviam duas árvores, sendo uma, a do bem e a outra do mal. Pela ação do mal o pecado entrou no mundo. O demônio tentou Jesus no deserto, e se nos lembrarmos bem, outro Evangelho, Jesus nos conta através de parábolas sobre o mal que cresce junto com o bem no coração humano, sobre a luta interna que todo homem vive para superá-lo. Na mesma parábola, este ser é descrito por Deus como o inimigo.

Não é de hoje que os Papas nos advertem sobre o poder de ação deste inimigo que quer destruir tudo o que há de bem. O Papa Leão XIII chegou a compor um pequeno exorcismo para ser declarado ao fim das celebrações, o pequeno exorcismo de São Miguel, ainda vigente nas Missas de Rito Tridentino. Mas quem não tem a possibilidade de participar do Rito, pode fazê-lo em qualquer circunstância.

Infelizmente, a ala progressista da Igreja fez nos crer por muito tempo que o demônio não existia, que as ações e possessões de algumas pessoas não passavam de ataques epiléticos, e esquizofrenia, desacreditando a muitos de sua existência, assim, ele tem campo livre para agir. Um dos seus melhores estratagemas até então.

O Vaticano sempre manteve uma "ala" digamos "secreta" de padres que com autorização de bispos e do próprio papa praticam o exorcismo. Atualmente o Papa Francisco em uma atitude surpreendente para um jesuíta a oficializou. E demostra muita preocupação com o crescimento do mal entre as pessoas. Pois uma vez que o mal se espalha pelo mundo, o cristianismo diminui.

Uma vez que mais pessoas praticam rituais de satanismo, hoje em dia a clara luz do dia, sem ter que se esconder, são menos almas a serem atingidas pelo poder do bem.

Mas como podemos identificar um genuíno caso de possessão demoníaca? Na maioria das vezes o que vemos são mais casos de pessoas que se deixam influenciar por maus espiritos, e estes podem influenciar os pensamentos e atos de determinada pessoa, mas não o fazem sem que esta pessoa queira. Uma possessão pelo demônio é algo mais grave e sutil, depende de várias consultas, e só são aprovados pelo Vaticano depois de pareceres médicos e psicológicos, e exclusão de toda a possibilidade racional de conhecimento humano para solução do caso. São feitas várias sessões de ritual, dependendo do caso.

Durante o ritual, que não tem tempo estimado de duração, o padre se veste com uma estola, geralmente da cor liturgica roxa e usa um crucifixo, água benta óleo e sal exorcizados. Mas a principal condição para realização do ritual é que o paciente aceite a realização do mesmo.

As pessoas que estão de fato possuídas pelo demônio apresentam algumas características peculiares; demonstram ter uma força incomum, expelem líquidos e até metais pela boca, falam línguas estranhas, mas reconhecíveis, como aramaico, latim, e outras oficiais, como alemão, francês e italiano. Sem nunca ter estudado tais línguas, tem compreensão de fatos passados, inclusive sabe de acontecimentos pessoais íntimos das pessoas, consegue ver objetos escodidos, mas não conseguem ver o futuro, e isso faz sentido, pois o futuro depende do nosso livre arbítrio, de nossa escolha pessoal. O demônio pode até nos incitar a fazer algo, mas no fundo depende de nós.

Dentre os mais famosos casos cito o de Annelise Michel, Alemanha, entre 1975 e 1976.  O caso inspirou o filme  " O Exorcismo de Emily Rose". Annelise foi criada em uma família católica, e se sentia amaldiçoada por ouvir vozes, seus pais não compreendiam a questão e Annelise entrou em depressão ao ponto que tentar suicídio. Chegou a ser tratada em um hospital psiquiátrico, mas sua condição só piorava. Annelise tornou-se intolerante a objetos e lugares sagrados, rasgava suas roupas, comia carvão e bebia a própria urina, e tinha outros comportamentos bizarros. Foi submetida a 67 sessões de exorcismo, que se demonstraram violentas.

Após um sonho com a  Virgem Maria, Annelise previu a data de sua morte e fim de seu sofrimento, e exatamente neste dia 01 de Julho de 1976, Annelise morreu enquanto dormia.

Muitas crianças são atraídas pelo desconhecido, e esta foi a armadilha em que foi pego o jovem de 13 anos Robbie Mannheim no ano de 1949, EUA. Robbie tinha em casa uma táboa de ouija, utilizada para contactar os  mortos. A tia de Robbie morreu deixando o menino desolado. Ele tentou se comunicar com ela através da tábua, o que levou a possessão. Alguns dias depois a família passou a ser alvo de fenômenos paranormais classificados como "poltergeist"; móveis se arrastando e movendo sozinhos sem explicação aparente. E o quadro só piorou até a família levar o caso ao reverendo Luther Miles Schulze, que atestou a possessão.

Foram necessários mais de dois meses de sessões que incluíram 30 rituais de exorcismo para trazer o menino a normalidade. Este caso serviu de enredo para o consagrado filme "O Exorcista".

Portanto, independente das matérias que são veiculadas pela mídia, leve em consideração que o trabalho da Igreja nesta questão é muito sério e necessário. E como eu sei que as emissoras de TV tem o hábito de distorcer a verdade, não espero nada de diferente. Portanto faça você mesmo seu julgamento e ajude a esclarecer as outras pessoas.

Para finalizar, sugiro que todos assistam o filme intitulado "O Ritual" baseado em uma história real, onde trata com muita sensatez a questão do exorcismo no catolicismo.

Abraço fraterno!

Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais, e colaboradora do portal Catolicismo Romano.

 

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