Filme de Moretti nunca será realidade, afirma Vaticano
Um Pontífice com problemas psicológicos, como o retratado pelo cineasta Nanni Moretti nunca se tornará realidade, disseram fontes eclesiásticas, que se sentiram obrigadas a se posicionar quando da estréia italiana do filme "Habemus Papam" .
O filme, que estreou nas salas italianas com 460 cópias distribuídas no país, conta a história de um cardeal oprimido pelas responsabilidades que o aguardam.
Michel Piccoli encarna um cardeal francês eleito Papa, que, apavorado com as atividades próprias do cargo, se recusa a usar a tiara e a mitra e vagueia por Roma.
Nem a ajuda de um psicanalista (interpretado por Moretti) e de sua esposa também psicanalista (Margherita Buy), consegue demover o sonho deste prelado idoso, que ansiava por ser um ator durante toda a sua vida e que sente que o trono de São Pedro o escravizará pelo resto de seus dias.
É "absolutamente ridículo" pensar que um homem escolhido para ser Papa possa entrar em crise "de um ponto de vista psicológico", disse o reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, Dom Enrico Dal Covolo.
Mesmo sem ter visto o filme de Moretti, o bispo rejeitou o argumento principal da história.
Quem é escolhido para ser o sucessor de Pedro jamais recorrerá a um tratamento com um psicanalista ou psiquiatra, garantiu monsenhor Dal Covolo.
"São homens escolhidos por Deus. Eles têm uma espessura de fé, uma tamanha capacidade de suportação, que resulta totalmente fora de lugar argumentar que possam estar sujeitos a crises psicológicas", opinou. (ANSA)