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COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DA MÚSICA SACRA EM SUA PARÓQUIA? – ARTIGO ESCRITO POR MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos
Canto Gregoriano nas MissasRecentemente o Vaticano enviou um questionário às Conferências Episcopais, Institutos Religiosos e Faculdades de Teologia de todo o mundo com o objetivo de verificar como está a situação da Música Sacra.

O Papa Francisco quer mesmo colocar a mão na massa, e colocar todo mundo para trabalhar e começou por onde deveria, o Concílio Vaticano II. 

O Concílio Vaticano II já tem mais de 50 anos e ainda não foi colocado em prática, e muitas de suas determinações foram distorcidas por vários grupos liberais da Igreja. E o Papa Francisco determinou que seus documentos sejam observados e colocados em prática, e começou bem. Para saber o que fazer ele precisa saber o que está sendo feito, ou na pior das hipóteses o que não foi feito.
Documentos específicos que tratam do assunto como a Instrução Musicam Sacram e a Sacrossantum Concilium, privilegiam o Canto Gregoriano como o principal da liturgia  " A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar." Fora dos Seminários Beneditinos, vocês ouvem canto Gregoriano em alguma outra igreja? Infelizmente há fiéis que jamais desfrutaram deste prazer. São muito poucos os afortunados que tiveram esta sorte.
Gostaria de saber o que a CNBB respondeu neste questionário. Será que responderam a verdade, que aqui no maior país Católico do mundo não há promoção da música sacra? Será que tiveram esta coragem?
O que mais ouvimos em nossas comunidades são músicas onde o que mais se sobressai são os acordes das guitarras e batuques da bateria. Vozes  são disperdiçadas em músicas melosas que não favorecem o fiel a entrar no Mistério Eucaristico.
" Como parte integrante da liturgia, a música sacra goza da capacidade sobrenatural de favorecer e promover a glória de Deus e a santificação e edificação dos fiéis" ( Papa Pio X- Tra le Sollecitudidni). É verdade, só pode ser sobrenatural o que sentimos ao ouvir um coro de música sacra dentro de uma igreja bem adornada. É como se você estivesse só diante de Deus, é como se você pudesse sentir Sua presença, você e Deus.
As músicas que ouvimos hoje dia não conduz à oração, no máximo podem induzir, é o que faz a técnica subliminar bem conhecida pela ciência, a música sacra pelo contário, te conduz à oração, ao silêncio.
Ouvir o silêncio, acalmar a alma, é no silêncio que ouvimos as respostas de Deus às nossas súplicas. O Papa Emérito Bento XVI sempre privilegiou o silêncio, suas celebrações solenes e belas eram como se o céu tivesse descido à Terra. 
Eu sou uma destas pessoas privilegiadas que podem ouvir uma boa música sacra cantada por um coral de sopranos e tenores, posso ouvir o som do órgão. Mas eu sofro por aqueles que não podem ter esta graça.
Desde o século XVII, quando grandes compositores como Mozart, Beethoven, Schubert, Bach, Haydn, Kraus , Vivald, compuseram grandes sinfonias, boa parte delas encomendadas pela Igreja Católica, surgiu algo de tão sublime? Eu não vi, ou melhor, eu não ouvi.
Fico muito incomodada principalmente em cerimônias sacramentais como batizados e casamentos principalmente, com uma lista extensa de músicas belas. As pessoas optam por composições às vezes de gosto muito duvidoso. Ouvi certa vez um padre do alto de seu "desconhecimento", proibindo as noivas de escolherem a Marcha Nupcial para a entrada. Desconhecimento mesmo, pois a Marcha Nupcial de Mendelsssohn tirada de sua obra prima " Sonho de uma noite de Verão" é uma das mais executadas no mundo.

O matrimônio é o único dos sacramentos onde os noivos é que se consagram, então cabe a eles a escolha, eu acho melhor a Marcha que uma música comum que você pode ouvir em qualquer emissora de rádio. Alías tudo que se refere a liturgia tem que ser especial e próprio para a ocasião. Da música à ornamentação, não podemos encontrar na igreja a mesma luminária que encontramos em um açougue.

Caros leitores internautas, como afirmei anteriormente a paróquia que frequento tem grande zelo liturgico e tudo o que há de melhor e mais belo é oferecidos aos fiéis na intenção do favorecimento da oração, mas eu também sei que em outras comunidades a realidade é diferente, pois frequento muitas delas. Não tenho conhecimento de escolas liturgicas voltadas para o ensino de música sacra que sejam promovidas pelo episcopado local, sobre o canto gregoriano tão solicitado na Sacrossantum Concilium, sei apenas que os bebeditinos conservam. Então podemos afirmar que a Igreja Católica do Brasil tem muito o que fazer, e que boa parte das 40 questões propostas no questionário enviado pelo Vaticano não serão respondidas, pois não há o que responder.
E em sua comunidade, como está a situação da música sacra? Qual é a situação da música liturgica em sua comunidade? Opinie através do e-mail: [email protected]
Mônica Romano é catequista em Belo Horionte, Minas Gerais, e colaboradora do portal Catolicismo Romano.

 

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