Papa Francisco: “Não se pode viver sem nos perdoarmos”
Milhares de fiéis receberam o Santo Padre na Praça de São Pedro, como todas as manhãs de quarta-feira, para a Audiência Geral. Bandeiras de diversos países, faixas com mensagens de carinho e lenços coloridos de diferentes grupos animavam a praça, ao som das vozes que gritavam "Francisco, Francisco", enquanto o Santo Padre percorria o trajeto usual a bordo do papamóvel. Como de costume, Francisco parou para beijar as crianças que se aproximavam dele nas fileiras da frente.
Na catequese desta semana, o Santo Padre continuou sua reflexão sobre a família, hoje em particular, falou sobre o dom do perdão recíproco. No resumo em português, o Papa destacou que gostaria de falar da família “como dum grande ginásio, onde se treina para o dom e o perdão recíproco”.
Ele explicou que “não se pode viver sem nos perdoarmos, ou pelo menos não se pode viver bem, especialmente em família”, destacando ainda que no dia-a-dia, “não faltam ocasiões em que nos portamos mal e somos injustos com os outros”. Então o que temos de fazer é “procurar imediatamente curar as feridas que causamos”.
Para o Papa Francisco “se adiarmos demasiado, tudo se torna mais difícil”, mas se, pelo contrário, “aprendermos a pedir logo desculpa e a perdoar-nos mutuamente, curam-se a feridas, revigora-se o matrimónio e a família torna-se uma casa cada vez mais sólida que resiste aos abalos das nossas pequenas e grandes maldades”.
“Muitos pensam e dizem que o dom e o perdão são palavras bonitas, mas impossíveis de pôr em prática – continuou Francisco – Graças a Deus, não é assim! Na verdade, é recebendo o perdão de Deus que somos capazes de, por nossa vez, perdoar aos outros”. Por isso, o Papa recordou que “Jesus nos faz repetir estas palavras todos os dias, quando rezamos o Pai-Nosso”.
“É indispensável que, na nossa sociedade por vezes desalmada, haja lugares, como a família, onde seja possível aprender a perdoar-nos uns aos outros”, afirmou ele, reiterando que “verdadeiramente as famílias cristãs podem ajudar muito a sociedade atual e a própria Igreja”.
Por fim, Francisco desejou que, “no Jubileu da Misericórdia, as famílias descubram, de maneira nova e mais profunda, o tesouro do perdão recíproco”.
Aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa dirigiu a seguinte saudação: “Com cordial afeto, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular o grupo brasileiro de Mogi das Cruzes. O Senhor vos abençoe, para serdes em toda a parte farol de luz do Evangelho para todos. Possa esta peregrinação fortalecer nos vossos corações o sentir e o viver com a Igreja. Nossa Senhora acompanhe e proteja a vós todos e aos vossos entes queridos”.
Após o resumo da catequese em várias línguas, o Santo Padre Francisco dedicou algumas palavras aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Ele lembrou que ontem a Igreja celebrou a memória de São Martinho de Porres. Por isso, pediu que sua grande caridade fosse um exemplo aos queridos jovens, para que vivam a vida como um dom; desejou que "seu abandono em Cristo o Salvador “sustente os queridos doentes nos momentos mais difíceis de sofrimento", e que seu vigor espiritual dê força aos queridos recém-casados, em seu caminho conjugal".