Para Vaticano, diálogo entre religiões deve ser encorajado
O presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper, disse hoje que o diálogo é "útil" e pode ser usado para atingir resultados que não devem ser "desencorajados ou resignados, como muitos são hoje".
O religioso falou do ecumenismo durante a abertura de um simpósio sobre o livro "Colhendo os frutos. Aspectos fundamentais da fé cristã no diálogo ecumênico. Consensos, convergências e diferenças", lançado em outubro de 2009 pela Santa Sé.
Participam do evento, que acontece no Vaticano, representantes das igrejas Luterana, Reformada, Anglicana e Metodista.
Segundo Kasper, o ecumenismo está entrando em "uma nova fase de diálogo que pode ser menos entusiasta em relação ao da nossa juventude, mas será mais maduro e não menos embebido em coragem e esperança".
"Deixemo-nos guiar pela consciência de que não há alternativa responsável ao diálogo que foi inspirado pelo Espírito Santo, que acreditamos capaz de cumprir o que iniciou", continuou ele.
De acordo com o presidente do conselho pontifício, as conversas têm valor porque a Igreja Católica não é perfeita e necessita ser constantemente otimizada.
"Aqui está a importância do diálogo ecumênico, que solicita e ajuda tal renovação. Através dele, ou melhor, através do intercâmbio de donativos, todas as igrejas aprendem a crescer e amadurecer em sua fidelidade a Cristo", completou o cardeal.
Kasper disse ainda que "o caminho para uma plena comunhão não é um movimento de sentido único", mas sim, uma via na qual "todas as partes devem andar".
O texto de "Colhendo os frutos. Aspectos fundamentais da fé cristã no diálogo ecumênico. Consensos, convergências e diferenças" é resultado de dois anos de trabalho conjunto entre membros do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e consultores e interlocutores ecumênicos.
O livro faz uma análise quanto às principais comunidades protestantes que estabeleceram um diálogo com a Igreja Católica a partir do Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965. (ANSA)