Presidente brasileira Dilma Rousseff se encontra reservadamente com o Papa Francisco, no Vaticano
Após encontro reservado com o papa Francisco nesta quarta-feira (20), a presidente Dilma Rousseff brincou ao dizer que o papa é argentino, mas Deus é brasileiro. Segundo a presidente, ele confirmou que irá ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho no Rio de Janeiro, e que também irá visitar a cidade de Aparecida.
Indagada por um repórter argentino sobre o que achava do papa, Dilma respondeu: "Eu acho que vocês têm muita sorte, vocês têm um grande papa. A Argentina está de parabéns. Agora, a gente sempre diz, o papa é argentino, mas deus é brasileiro". Segundo a presidente, o papa "fala portunhol igual à gente" e entende bem o português.
A conversa, segundo ela, foi "bastante interessante". "Ele é uma pessoa extremamente carismática e, ao mesmo tempo, com um grande compromisso com os pobres, o que torna a relação com o Brasil muito importante para nós, porque o governo brasileiro vem, nos últimos dez anos, a partir do Lula, focando a questão da superação da pobreza". Dilma fez questão de dizer que foi a primeira pessoa a ser recebida pelo papa após a entronização.
O pontífice entregou à presidente um livro com a síntese das discussões da conferência de bispos latino-americanos realizada em Aparecida em 2007. Na ocasião, Francisco foi um dos responsáveis por preparar o documento final.
Sobre a jornada da juventude, Dilma disse que o papa espera um grande público. "A Igreja, como uma instituição secular, tem no jovem um foco muito grande. E ele estava me dizendo que espera uma presença grande dos jovens na medida em que ele é o primeiro papa –ele é o primeiro em várias coisas: ele é o primeiro Francisco, o primeiro jesuíta, o primeiro latino-americano, o primeiro argentino–, e ele espera presença massiva de jovens", afirmou Dilma.
No encontro, o papa comentou ainda que ficou muito comovido com a tragédia em Santa Maria e deu um conselho a ela, recomendando que, nessas situações, demonstre "força e ternura". "Ele disse: 'Acho que a gente tem na vida que demonstrar força e ternura e, em Santa Maria, o Brasil demonstrou força e ternura'. E eu fiquei muito agradecida".
A presidente brasileira já havia se encontrado por alguns segundos com o pontífice, após a missa inaugural do papado de Francisco, realizada na basílica de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, ela aparentemente teria dito ser um prazer ter um papa que se dedique aos pobres.
Segundo o blog do jornalista Fernando Rodrigues, a visita de Dilma ao sucessor de Bento 16, que inicialmente foi rejeitada pela própria presidente, atende uma lógica de "marketing eleitoral" e uma intenção de atrai os eleitorado católico nas eleições de 2014.