Discussão

Quando a “Cruz nos visita”, a nossa reação é de “nos fecharmos em nossas lamentações”

Paramentos Litúrgicos

"Eles lamentavam”. E por força das lamentações, a vida deles que, pouco  tempo antes, tinha sido iluminada pelo encontro com Jesus Cristo, mergulhava na amargura, na incerteza e no pesar.

O Papa Francisco aprofundou a história dos discípulos de Emaús, protagonistas do Evangelho de hoje (Lc 24,13-35).

Esses discípulos, particularmente abalados com a morte violenta do Mestre, “estavam com medo",  mais do que os outros. Não paravam de falar da tragédia apenas ocorrida, mas, não mais vendo perspectivas futuras, se lamentavam, e assim se fechavam cada vez mais em si mesmos.

"E cozinhavam a vida deles – por assim dizer – no caldo de suas lamentações, e assim continuavam caminhando”, disse o Santo Padre, comparando a atitude dos discípulos de Emaús à de muitos homens e cristãos de todos os tempos.

Na dificuldade, quando “a Cruz nos visita", o risco imediato que corremos é o de "nos fecharmos em nossas lamentações", disse o Papa. Embora, o Senhor esteja ao nosso lado e caminhando conosco, “não o reconhecemos".

E ainda, quando Jesus nos fala e nos transmite a beleza da sua vida e da sua ressurreição "dentro de nós, no fundo, continuamos com medo" e o lamento se torna um tipo de "segurança": a segurança da  “minha verdade, o fracasso ", a ausência de esperança.

No entanto, Jesus, mesmo diante do nosso desespero, manteve uma extraordinária "paciência", bem como para com os discípulos de Emaús, também conosco, nos ouve e, pouco a pouco, se revela. "Mesmo nos momentos mais sombrios:  Ele está sempre conosco, caminha conosco. E, no fim, nos faz ver a sua presença ", disse o Santo Padre.

As queixas, portanto, são "ruins", sempre estéreis, porque " tiram a esperança." Quando chega o momento da prova, não devemos cair na armadilha da lamentação. “Mas se algo não vai bem, refugiemo-nos no Senhor, confiemos Nele”.

Só Ele é capaz de nos fazer sair das paredes em que nos fecha a nossa amargura. "Confiemos no Senhor – insistiu o Papa -. Ele sempre nos acompanha em nosso caminho, mesmo nas horas mais sombrias”.

Concluindo, o Santo Padre disse ainda: "Não busquemos refúgio em nossas lamentações: fazem mal ao coração”.

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